A sucessão de um negócio familiar é uma questão importante dentro das organizações e deve ser pensada cedo, quando os fundadores ainda estão no comando. Quantos exemplos existem de negócios que se dissolveram após a perda de um fundador ou divórcios que afetaram todo o contexto empresarial.
Esta é uma das questões que hoje fazem parte da caldeira de ideias de
Diego Simões Munhoz, atual presidente da Caemmun indústria e conectivo de
móveis, sediada em Arapongas (PR). “É necessário ter um acordo de acionistas
bem desenhado assim como todos os processos dentro da gestão, pois sem isso o
negócio pode ter um fim antecipado”, afirma.
A história na gestão da empresa da família começou quando ele era bem jovem.
Com 16 anos, Munhoz teve a oportunidade de terminar o ensino médio fora do
país, e no seu regresso quis retribuir a oportunidade. Prestou vestibular para
administração de empresas e ingressou na empresa da família.
Segundo Munhoz, com o passar do tempo e crescimento da empresa, o jovem
administrador foi transitando entre vários departamentos e criando outros, como
o de comércio exterior. “Fiquei um bom tempo na área comercial visitando e me
relacionando com clientes e fornecedores. Em 2009 iniciamos um forte planejamento
estratégico e anualmente reforçávamos as novas estratégias. Nesse período me
aproximei aos poucos da alta direção e naturalmente com o passar dos anos, fui
participando mais ativamente do crescimento dos negócios”, relembra.
Alto escalão
Munhoz conta que nunca existiu um pensamento
sobre se tornar o presidente, mas sim de contribuir com o progresso da empresa.
Apenas em 2016 essa chave foi virada, quando iniciou um processo para preparar
a família.
“Entendemos que a
família deve ser empresarial, acionista, e por conta disso procuramos o
processo de mentoria para que todos nós, herdeiros da segunda geração, participássemos.
Neste processo, que durou quase dois anos, fizemos a análise de capacidade
técnica e competências de cada pessoa para entender onde nós estávamos e onde
poderíamos chegar”, explica.
Munhoz conta que a ideia inicial foi buscar assessoria no processo de
governança. Quando a GoNext chegou, consultoria especializada na implantação do
sistema de governança corporativa e sucessão em empresas familiares, a
preparação para a sucessão passou a ser efetivamente pensada na companhia.
“Buscamos implantar um conselho para melhorar a tomada de decisão e
deixar o papel de cada um bem definido. Com o passar do tempo, fomos aprendendo
que a empresa não cresce na proporção que a família cresce: a tendência é que
as famílias aumentem, mas o negócio não. E aí existe um problema. Então trabalhar
na sucessão, além de todos os outros processos de gestão e governança passou a
ser uma prioridade para os fundadores e herdeiros”, aponta Munhoz.
Com a metodologia aplicada, a questão da sucessão foi acelerada. “Os
fundadores tiveram muita sabedoria, pois usaram o lema de que ‘o dono do avião
não precisa ser o piloto’ e pediram para que nós, segunda geração, plantássemos
novas sementes. Iniciamos novos negócios, agora com mais estrutura, apoio, e aí
iniciamos, junto com os acionistas e a consultoria da GoNext, um processo de
novos desafios e aí assumi a presidência.
Base
De acordo com o especialista em governança
corporativa e diretor-presidente da GoNext Governança e Sucessão, Eduardo
Valério, as empresas que dão atenção para a governança da companhia com
critérios técnicos bem definidos e metodologia científica, evitam conflitos
familiares, identificam o sucessor adequado e garantem a longevidade
empresarial.
“A governança é maneira como a empresa é administrada; diz respeito aos
processos, decisões corporativas, formulação de políticas, distribuição de
direitos e responsabilidades entre o conselho, gerência, acionistas e partes
interessadas. A governança não existe apenas em grandes corporações. Qualquer
empresa, independente do porte, deve ter uma governança, que também será
crucial para a aplicação de tomadas de decisões estratégicas, como a elaboração
do planejamento sucessório, por exemplo”, explica Valério.
“O processo de sucessão de uma organização exige ferramentas
metodológicas técnicas e científicas capazes de colocar na mesa as competências
e habilidades dos herdeiros. Com base no diagnóstico, os herdeiros são
direcionados para as suas competências mais fortes e assim são definidos os
seus papéis e responsabilidades no novo ambiente de sucessão”, completa o
especialista.
Valério
percebe na prática que os projetos vitoriosos são aqueles muito bem planejados
com início, meio e fim. “É um trabalho que se constrói devagar, que precisa ser
maturado, em conjunto entre sucessor, sucedido e todo o ambiente empresarial,
para que no final, a transição de legado e poder ocorra de forma eficaz. O que
acontece na Caimmun é um bom exemplo de projeto aplicado e bem sucedido”, destaca
Eduardo Valério.
Saiba mais sobre o assunto neste episódio do
podcast GoNext Talk: Episódio
03: Herdei a empresa da família, e agora? Como identificar a solucionar
problemas de gestão? by GoNext Talk (anchor.fm)
Sobre a GoNext Governança
& Sucessão: consultoria
especializada na implantação do sistema de governança corporativa e sucessão em
empresas familiares. Fundada em 2010, atua com metodologia exclusiva para a
profissionalização, elaborada a partir da experiência adquirida em
aproximadamente 200 projetos atendidos no Brasil e nos EUA. A equipe de
consultores desenvolve planejamento personalizado, de forma integrada aos
objetivos e necessidades de cada cliente. A GoNext foi fundada pelo CEO Eduardo
José Valério, com mais de 25 anos de experiência como executivo, tendo atuado
como C-Level de grandes companhias brasileiras. https://gonext.com.br/