BRB

Projeto cultural usa a leitura para tratar da educação inclusiva

Os estudantes que cursam o magistério no Instituto de Educação do Paraná vão receber capacitações especiais para tratar da inclusão de pessoas com deficiência nas salas de aula, por meio da leitura. Já as crianças das escolas municipais de Curitiba terão oficinas criativas para abordar o tema de forma lúdica. 

As atividades gratuitas estão em fase de agendamento, devem acontecer entre os meses de outubro e dezembro deste ano e integram o projeto cultural Livro, leitura e adaptação: A acessibilidade em sala de aula.

Desafios

No Brasil, cerca de 18,6 milhões de pessoas de 2 anos ou mais de idade (ou 8,9% desse grupo etário) têm algum tipo de deficiência. Os dados são do módulo Pessoas com deficiência, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua) de 2022, do IBGE. 

O estudo mostrou que apenas 25,6% das pessoas com deficiência tinham concluído pelo menos o Ensino Médio, enquanto 57,3% das pessoas sem deficiência tinham esse nível de instrução. Já a proporção de pessoas com nível superior foi de 7,0% para as pessoas com deficiência e 20,9% para os sem deficiência. 

“Esses números fomentam desafios no âmbito da inclusão social, cultural e escolar. Considerando que o papel social da escola é desenvolver as potencialidades dos indivíduos - sendo elas cognitivas, afetivas, sociais e contribuir para a formação de uma sociedade justa e igualitária - é emergente a promoção de ações que estimulem o respeito e a igualdade de oportunidades”, explica a idealizadora do projeto cultural e professora, Taíne Alves. 

Benefícios da leitura

A leitura proporciona diversos benefícios às crianças e adolescentes com algum tipo de deficiência tais como o desenvolvimento global, a socialização e a elevação da autoestima – uma vez que eles podem se expressar de maneira única, pessoal e ampliar as possibilidades de aprendizagem. 

Com as atividades de leitura é possível extrair dos alunos sentimentos reprimidos, apaziguar emoções e colocar o portador de necessidades especiais em contato com o mundo dos livros, dos sonhos, do imaginário e, também, ter uma maior interação com o meio em que vive. 

A leitura de histórias permite que as crianças aprendam a entender e respeitar as experiências dos outros, ter mais senso crítico, bem como a expandir o vocabulário e melhorar a escrita.

Formação do ser humano

Segundo o módulo Pessoas com deficiência, da PNAD Contínua de 2022, os diversos tipos de dificuldades variam de intensidade conforme o grupo etário. Na infância, entre as crianças de 2 a 9 anos de idade, nota-se que as maiores dificuldades estavam em se comunicar, para compreender e ser compreendido (1,3%) assim como para aprender, lembrar-se das coisas ou se concentrar (1,2%). 

A taxa de escolarização foi menor entre as pessoas com deficiência em todos os grupos etários. Das crianças de 6 a 14 anos com deficiência, 95,1% frequentavam escola, abaixo dos 99,4% das sem deficiência. Entre os jovens de 15 a 17 anos, para os que tinham deficiência, a escolarização foi de 84,6%, frente a 93,0% entre os sem deficiência. Para o grupo de 18 a 24 anos, a taxa foi de 24,3% e 31,8% para as pessoas com e sem deficiência, respectivamente. 

Oficinas culturais

O Instituto de Educação do Paraná terá dez oficinas culturais. As ações serão divididas em duas oficinas de leitura literária, que serão ministradas pela mediadora Carla Viccini. Já as duas oficinas de escrita literária serão coordenadas pela educadora Elaine Minami. 

A professora de arte, Edeliz Klaumann, vai conduzir duas oficinas de atividades artísticas. A docente Taíne Alves será a responsável por duas oficinas de cultura e leitura em língua inglesa e a instrutora Poliana Razzolini vai coordenar duas oficinas de cultura e leitura em língua espanhola. 

“Nossa equipe atua com pessoas com deficiência e vivencia a necessidade da inclusão escolar para esse público. Sabemos o quanto isso é fundamental para o desenvolvimento das crianças. Por isso, o intuito é ensinar como produzir atividades adaptadas que possam ser aplicadas pelos participantes e multiplicar ações de leitura inclusiva”, complementa Taíne Alves. 

O projeto cultural Livro, leitura e adaptação: A acessibilidade em sala de aula é realizado com recursos do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura-Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba.





Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem

Últimas

BRB